sentir-te pela última vez,
eu sei que vais voltar,
para o ano outra vez...
Só não sei se me encontrarás,
porque não sou dona do destino,
posso perder-me eu nele,
e não encontrar o teu caminho...
Deixa-me ficar mais um pouco,
fazer da areia a minha cama,
com lençóis desse mar,
que enquanto me cobre, me chama...
Grita o meu nome entre as vagas,
porque sabe que lhe pertenço,
sou filha dessa imensidão,
criada dentro do seu berço...
Deixa-me ficar aqui mais um pouco,
é difícil despedir-me de ti,
sei que durante um ano,
a saudade viverá em mim...
Vou lembrar-te, vou viver-te,
dentro da minha memória,
os dias que passei contigo,
autografam a minha história...
O sol de inverno vai vir,
querendo também aquecer-me,
mas eu vou desejar-te a ti,
e em cada manhã vou morrer-me...
ele não me trará vida,
apenas a minha sobrevivência,
porque enquanto tu não chegares,
eu vou vivendo em dormência...
Quero os teus dias longos,
salpicados de alegria,
e as noites em que a lua,
nos adormece com poesia...
Deixa-me fica mais um pouco,
lambendo ainda o sal,
com que me baptizaste o corpo,
nesses dias sem igual...
preciso sentir a brisa,
que canta ao mar o amor,
e que aos poucos vai esvaziando,
o meu coração da dor...
me quedo aqui antes do adeus,
porque esse não posso evitar,
chorando eu vou partir,
mesmo antes de te deixar...
Verão meu amado Verão,
quem dera o tempo parar,
para que desenhasses em mim,
mil sois e um perpetuo mar...
*** Ártemis ***
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