Caminhei como se o chão me fugisse dos pés… a mente devaneava para fora do meu corpo e abandonava-me, só para te encontrar, nesse lugar tão nosso que se chama desejo!
Sou tua sem o ser…tu meu sem te ter! Mas desde o primeiro instante em que nos olhamos por aquele filtro de emoções, passamos a pertencer um ao outro.
Voltei a admirar aquele pequeno papel onde confiaste o mais profundo de ti e pensei para comigo "como podes aduzir-me a tal demência e desabrigares-me desta forma?".
Tal era a meu alheamento do mundo que não reparei que me abraçavas que me beijavas com o teu olhar…estavas tão perto e eu não me dei conta, afinal não me tinhas abandonado.
Cheguei à porta de minha casa, entrei…mas quando me virei para a fechar fui arrebatada pelo retrato da fonte de toda a minha cegueira. Tu estavas ali…tão perto…tinhas deixado de ser apenas a minha ilusão, eras agora sim a minha mais doce realidade.
Fixaste o teu olhar no meu e disseste-me tanto através dele que as palavras perderam totalmente o seu valor. Deixei-te entrar na minha casa e na minha vida sem questionar o que quer que fosse…apenas queria encher-me de ti.
continua em:
De olhos bem fechados...
*** Ártemis ***
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